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Mística Judaica

Anatomia judaica: A cabeça e o cérebro

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Anatomia da Alma Judaica

O Sistema Nervoso Central: A Cabeça e o Cérebro

 O cérebro é, de longe, o órgão mais complexo do corpo humano. Com a medula espinhal (o grosso cordão de tecido nervoso que é um prolongamento dele), o cérebro compõe o sistema nervoso central. Ele é constituído de uma massa de tecido mole, chamada em linguagem coloquial de “massa cinzenta” (embora seja cinzenta e branca), e, como diretor do sistema nervoso, é o órgão do pensamento e da coordenação neural. Com suas dezenas de bilhões de células, o cérebro transmite e recebe milhões de mensagens por minuto. Por exemplo, ele controla o ritmo do coração e da respiração e mantém o equilíbrio químico do organismo, além de responder aos vários estímulos provenientes do corpo inteiro e do ambiente externo. (O sistema nervoso periférico, que inclui os órgãos da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato, será discutido abaixo, na parte 7.)O cérebro funciona como a unidade de processamento central de um supercomputador. Recebe constantemente informações de todos os órgãos e receptores e coordena as atividades entre eles, além de armazenar essas informações na memória. O cérebro também age como um posto de comando, assegurando a sinergia global do organismo. Em suma, tudo que acontece no corpo foi em algum momento processado por essa massa cinzenta denominada cérebro. O Rebe Nachman ensinou que “A mente é o comandante superior do corpo” (Licutê Moharan I, 29:7).

O encéfalo se divide em três partes principais – o cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral (mesencéfalo / medula oblonga). Cada uma delas desempenha funções diferentes, porém perfeitamente coordenadas. O cérebro é a sede do intelecto, o cerebelo coordena os movimentos corporais, e o tronco cerebral (composto pela medula, protuberância anular, mesencéfalo e hipotálamo) transmite impulsos por todo o sistema nervoso. Essas três áreas fundamentais do encéfalo atuam como veículos de seus respectivos mochin, as faculdades espirituais do intelecto: o cérebro é a sede de Chochmá (sabedoria); o cerebelo, de Biná (entendimento); e o tronco cerebral, de Dáat (conhecimento). O crânio, que abriga os mochin, corresponde a Kéter (coroa).

O Sistema Nervoso Central

O cérebro é a seção mais volumosa do encéfalo, ocupando a maior parte do crânio, a caixa óssea que envolve e protege o encéfalo. O cérebro é o centro do intelecto, da memória, da linguagem e da consciência. Ele recebe e interpreta as informações transmitidas pelos sentidos e controla as funções motoras do corpo. Está dividido em duas metades, conhecidas como os hemisférios direito e esquerdo. O hemisfério direito é associado às faculdades não verbais, não temporais, relacionais, intuitivas e holísticas. O hemisfério esquerdo está ligado com as faculdades verbais, temporais, analíticas, racionais, lógicas e lineares.

O cerebelo é a segunda maior parte do encéfalo. Está localizado logo abaixo do cérebro, na região posterior do crânio, próximo ao tronco cerebral. O cerebelo é responsável pela postura, pela coordenação e tônus muscular, e pela manutenção do equilíbrio.

O tronco cerebral está situado perto do centro do encéfalo e desce até a protuberância anular e a medula oblonga, onde se conecta com a medula espinhal. Ele é composto principalmente de nervos que passam através da medula espinhal e vão ao encéfalo, servindo assim de canal de transmissão de mensagens entre o cérebro e o resto do corpo, através do sistema nervoso. O tronco cerebral também controla e regula muitas funções corporais automáticas e involuntárias.

A medula espinhal é constituída de tecido nervoso que passa pela coluna vertebral. Trinta e um pares de nervos espinhais ligam o cérebro à medula espinhal e a medula espinhal aos músculos, ao aparelho sensorial e a outras partes do corpo. Junto com doze pares de nervos cranianos (assim chamados porque se ligam diretamente ao encéfalo), eles controlam movimentos voluntários e sensações. Os nervos do sistema nervoso vegetativo, que controla e regula funções motoras involuntárias, como a do coração, pulmões, intestinos e vasos sanguíneos, também se originam aí.

Os Mochin: uma Visão Cabalística

Encontramos na Bíblia e nos escritos talmúdicos e cabalísticos muitas referências a Chochmá (sabedoria), Biná (ou Tevuná; entendimento e / ou lógica) e Dáat(conhecimento). As três formam a “cabeça” da “árvore da vida das sefirot” e são chamadas, em conjunto, de mochin (faculdades intelectuais). As sete sefirot inferiores correspondem ao “corpo” e são denominadas midot (traços de caráter), através das quais os mochin se manifestam. (No apêndice D, apresentamos um diagrama para facilitar a visualização da configuração da árvore da vida das sefirot.)

Quando se medita sobre as sefirot, é aconselhável que, de forma alternada, elas sejam ora visualizadas como um sistema unificado, ora consideradas como poderes individuais ou grupos de poderes. Como sistema unificado, as sefirot representam as fases compreendidas entre um impulso ou vontade inicial (Kéter) e um ato final que satisfaz essa vontade (Malchut). Kéter pode ser visto como causa, e Malchut como efeito. Todas as outras sefirot – tudo que acontece ao longo do caminho – são etapas do processo de realização do impulso inicial.

A árvore da vida das sefirot costuma ser apresentada em três colunas: direita, esquerda e do meio (conforme mencionado acima, no capítulo 3). À direita, correspondendo ao hemisfério direito do cérebro, ao braço direito e à perna direita, respectivamente, encontram-se ChochmáChéssed e Nétsach. À esquerda, correspondendo ao hemisfério esquerdo do cérebro, ao braço esquerdo e à perna esquerda, estão BináGuevurá e Hod. No meio, correspondendo ao tronco cerebral, à coluna vertebral e aos órgãos sexuais, localizam-se KéterTiféretIessod e Malchut. (Como veremos, a quase-sefirá de Dáat só é incluída entre as sefirotquando Kéter não é, e vice-versa.)

Na Cabalá, a “direita” representa o conceito de misericórdia, amor e iluminação ilimitados e incondicionais. A “esquerda” simboliza o conceito de doação limitada e condicional (dependente do merecimento ou da capacidade de receber do receptor). O “meio” significa a sinergia perfeita dos dois pólos.


Extraído da obra:
Ensinamentos do Rabino Nachman de Breslav
de Chaim Kramer

28 Comments

  • בוקר טוב!
    שלום

    Parabéns pelo texto e ênfase na neuroanatomia! Fiquei muito feliz em ver que existe interesse por esse tema. Sou neurocirurgião no Brasil e professor de microneuroanatomia em Alicante (Espanha).
    Estou a disposição dessa querida editora se julgar necessário alguma orientação dentro de minhas humildes habilidades.

    Fraterno abraço!

  • As informações estão trocadas pois a arvore é nosso espelho … À direita, correspondendo ao hemisfério direito do cérebro, ao braço direito e à perna direita, respectivamente, encontram-se Chochmá, Chéssed e Nétsach. À esquerda, correspondendo ao hemisfério esquerdo do cérebro, ao braço esquerdo e à perna esquerda, estão Biná, Guevurá e Hod.

  • Gostei muito do texto. A ciência e o enfoque espiritual e cabalístico unidos nos trazendo um conhecimento mais claro sobre a árvore da vida.

  • Esquerda, direita e meio… definição arbitrária, e que depende do referencial e do local por onde se inicia. A cultura judaica deveria aprender mais com a cultura milenar oriental. Faça uma reflexão com um koan: qual é a anatomia do nada? existe tudo no nada e nada no tudo?
    O texto é uma bela construção, mas remete ao ínfimo 85 reais, rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrrs………………..

    • É verdade Lao.
      Direita, esquerda e meio… definições arbitrárias! Assim como oriente, oriental, ocidente e ocidental… Assim como milenar e atual… A propósito, a cultura judaica também é oriental e milenar…. Mas como voce mesmo disse, isso tudo é uma questão de referencial.
      Refletir sobre os Koan talvez seja muito interessante, a não ser que voce pretenda ir a algum lugar. Aí… o resultado certamente não será dos melhores.
      Existe uma palavra hebraica (Ayin) que se traduz usualmente por “nada”. E existe uma outra que se traduz como “além”. As reflexões judaicas culminam com meditações sobre o “além do nada”.
      Os ínfimos 85 reais a que você se refere reporta-nos a uma obra repleta de grande sabedoria. E que tem o seu custo, assim como qualquer objeto sobre a superfície da terra em que vivemos; esse mundo da ação e não só das reflexões. Aqui, paga-se por tudo, até mesmo pelos cursos de Yoga, Tai Chi Chuan, Kung Fu, Meditação Zen, Meditação transcedental, etc. Paga-se pelo incenso, pelo tecido da roupa que cobre nosso corpo durante as meditações, pelo alimento, pela água, etc. Enfim, cobrar pelo fruto do trabalho é uma realidade milenar, oriental e ocidental.
      A China, a Índia e outros lugares do nosso oriente nos deram grandes pensadores, que nos apontaram o caminho, o Tao, como voces nominam. Mas também nos falaram da união (Yoga), da caridade, da alegria, e da humildade, muito presente nos ensinamentos do Buda.
      Vamos continuar pensando no nada. Mas, dispensemos sua anatomia, já que para sermos fiéis à etimoligia dessa palavra teríamos que cortar o “nada” em pedaços.
      rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs……..

    • Sr Lao Chi,
      A cultura e compreensão judaica do universo tem milhares de anos.
      Antes de criticar, é preciso conhecer para que a crítica não se revele completamente infundada, superficial.
      Boa sorte.

  • Tenho conhecimentos superficiais sobre Cabala. Já li um pouco a respeito e tenho assistido às aulas do Rabino Dudú, no YouTube, que são muito didáticas e agradáveis. O texto acima é de fácil leitura e entendimento, e o assunto desperta meu interesse, contudo, ainda necessito assimilar muito a respeito para me sentir capaz de opinar sobre conteúdo. Grande abraço!

  • É um bom texto. Contudo pertence a kabbalah especulativa, no meu entendimento a mais teórica.
    A editora Sefer poderia colocar para o publico brasileiro, de forma inédita, alguns livros do Rabino Abraham Abuláfia e sua kabbalah profética.
    Bem como, livros referentes a kabbalah profética do ilustre profº Moshe Idel da universidade de Jerusalem.

    Parabens pelo Site. Está simples, eficiente e rápido !

  • O Texto é muito bom. Contudo pertence a kabbalah especulativa.
    A editora poderia tambem editar livros da kabbalah profética de Abraham Abuláfia, ou de livros de kabbalah profética de Moshe Idel, profº da universidade de Jerusalem.

    Parabens pelo site. Está simples mas com conteudo, facil e bem rapido de usar.

  • לילה טוב
    Ensinamento precioso, pois revela um olhar profundo no ser humano em suas complexidades físicas e espirituais. Agradeço a D’us e a vocês da editora por disponibilizar estes livros de grande sabedoria judaica a nós outros.

  • Já fiz a leitura deste livro e todas as vezes que vou consultá-lo, tenho uma grata surpresa.
    Aparentemente, as palavras mudaram de lugar e eu entendo de uma forma mais clara.. 🙂

  • Anatomia da Alma é um livro magnífico e indispensável para maior entendimento e compreensão de nossa evolução espiritual.
    Já li por inteiro, me surpreendi com a
    maravilhosa simplicidade do autor ao expor o conhecimento.
    Agora vou reler estudando para apreender toda a sabedoria contida nele.
    Espero que a editora e livraria disponibilize em português os 2 volumes escritos pelo Rabi Nachman

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