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Mística Judaica

Deus precisa de nós?

Quando eu era criança, pensava que Deus estava entediado e queria um bicho de estimação para brincar, já que, quando eu ficava entediado, me divertia com meu bicho de estimação/cobaia, colocando-o nos mais interessantes desafios envolvendo labirintos e obstáculos que eu fazia com cartolina. Então eu pensava que Deus fazia o mesmo, mas a cobaia era eu.

Muitos adultos hoje em dia têm uma ideia parecida sobre Deus e a Criação. Eles pensam que Deus voava no espaço sideral e, por alguma razão esquisita e espetacular, decidiu criar pessoas. Dizem que Deus não precisava criar a mim e a você, e que Ele não tem interesse em nós; apenas “sentiu vontade” de nos criar.

Tal perspectiva nos priva de qualquer valor Divino intrínseco. Priva-nos de qualquer sentido final. Comunica-nos que basicamente não podemos fazer nada por Deus, exceto talvez diverti-Lo em momentos de tédio; não temos nada de fundamental para contribuir. Nossa existência realmente não importa nem faz diferença para Deus.

Mas isso não é verdade. E uma vez que você entende a profundidade do que a Cabalá ensina, começa a perceber o quanto você é importante. Deus precisa de nós – ou, mais corretamente, Deus escolhe precisar de nós. Deus não precisa manifestar uma perfeição dinâmica, apesar de ser livre para fazê-lo. No entanto, uma vez que Deus escolhe manifestar essa possibilidade, então os imperfeitos você e eu – lutando neste mundo imperfeito no processo de aperfeiçoamento – somos necessários a Deus. É isso que a tradição judaica quer dizer quando ensina que o trabalho da humanidade é de elevada necessidade a Deus.

Dizem que felicidade é a certeza de ser necessário. Se você se sente completamente descartável e inútil, se pensa que ninguém precisa de você, não pode ser feliz. Os seres humanos precisam se sentir úteis.

A Cabalá revela que Deus escolhe precisar de nós. Nossa humanidade, imperfeição e luta em busca do aperfeiçoamento são coisas necessárias e significativas para Deus como parte do Seu desejo de Se manifestar e participar neste tipo de perfeição – “tornar-se perfeito”.

 

Texto extraído da obra A Vida Secreta de Deus, do Rabino David Aaron.

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