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Mensagem de Chanucá da Editora e Livraria Sêfer

Conta uma parábola, que havia algumas azeitonas neste ramo e, com elas, Noé preparou um azeite puríssimo, que, de certa forma, simbolizava o recomeço da vida na terra purificada e que, por isso mesmo, esse azeite foi abençoado pelo Santíssimo, de modo que tivesse permanentemente o aroma do Paraíso, e que, embora fosse em quantidade reduzida, suficiente apenas para encher uma pequena garrafinha de cristal, ele se renovaria a medida que fosse usado, tornando-se assim inesgotável.

por David Gorodovits

No conhecido episódio do Dilúvio, quando Noé soltou a pomba pela segunda vez, para verificar se as águas já haviam baixado e a terra voltado a ser habitável, ela retornou à arca com um ramo de oliveira em seu bico.

Conta uma parábola, que havia algumas azeitonas neste ramo e, com elas, Noé preparou um azeite puríssimo, que, de certa forma, simbolizava o recomeço da vida na terra purificada e que, por isso mesmo, esse azeite foi abençoado pelo Santíssimo, de modo que tivesse permanentemente o aroma do Paraíso, e que, embora fosse em quantidade reduzida, suficiente apenas para encher uma pequena garrafinha de cristal, ele se renovaria a medida que fosse usado, tornando-se assim inesgotável. E Noé entregou esse azeite precioso ao seu filho Sem. 

Quando Jacob, fugindo de Esaú, deixou a casa dos seus pais, ele foi inicialmente à academia de Sem onde, segundo os nossos sábios, permaneceu para estudar durante 14 anos, e ao de lá partir em busca do seu destino, recebeu dele aquele recipiente de azeite. Ele, por sua vez, deu-o ao seu filho predileto, José, o sonhador, que passou a mantê-lo sempre pendurado por uma tira à sua mão.

Os sonhos de José cujo conteúdo despertou a inveja e mesmo o ódio dos seus irmãos, acrescido da mágoa de que se ressentiam por ele ter a preferência do pai, exacerbou-se quando eles o viram chegar trajando o manto de listas coloridas que ganhara, o que os levou à decisão de se livrarem dele de uma vez por todas, jogando-o num poço que parecia estar vazio, mas que estava repleto de cobras venenosas e escorpiões. Estes não se aproximaram de José porque a luz que irradiava da garrafinha de azeite os imobilizava. 

Conhecemos a continuação da história de José e de como foi tentado pela esposa do Potifar e, se por um momento ele chegou a vacilar, o vidrinho de azeite em sua mão o fez voltar a realidade de sua integridade.

Antes de morrer, José entregou aquele vidrinho de azeite aos seus descendentes e, de geração em geração, ele acompanhou a marcha do povo judeu através da história. Em certo momento, foi entregue aos cuidados dos sacerdotes e usado para ungir os reis de Israel.

Muitos e muitos anos depois, quando os macabeus derrotaram os gregos e quiseram reinaugurar o Templo, não encontraram nenhum pote de azeite cuja pureza estivesse assegurada pelo selo do sumo sacerdote, uma vez que todos haviam sido conspurcados pelas tropas gregas. Eles se lembraram, porém, de uma pequena garrafinha de azeite sagrado guardada e protegida num lugar inacessível a estranhos e cujo conteúdo seria suficiente para manter acesa a chama do candelabro – a Menorá – somente por um dia, embora fossem necessários mais sete dias para que uma nova partida de azeite pudesse ser preparada. Mas eles acenderam a Menorá mesmo assim e ela se manteve acesa até receberem o azeite da nova produção.

Passou o tempo, e quando o Templo foi incendiado pelos romanos, o último dos sacerdotes subiu ao telhado, tirou a tampa daquele vidrinho de azeite sagrado e clamou: “Ó Deus! Não temos mais a quem entregar este bem precioso, e por isto nós o devolvemos a Ti!”, e com estas palavras jogou para o alto, em direção aos céus, tudo que havia sobrado do azeite, que se desfez em minúsculas gotículas, e cada uma delas se dirigiu a uma estrela que passou a emitir de volta para a terra a sua luz.

Uma vez por ano, essas gotinhas descem novamente à Terra e cada uma vai tremular na Chanukiá de um lar judaico, aumentando continuamente sua intensidade por oito dias. Assim, essa luz fica então guardada no coração de cada judeu e as gotículas voltam às estrelas e da lá ficam piscando, a dizer: “Sejam firmes em suas crenças e voltaremos a descer para intensificar a luz dos vossos corações na próxima celebração de Chanucá!”

A todos, uma feliz e iluminada festa de Chanucá!  

Comentário

  • Car@s, pode me informar a origem deste Midrash? É de autoria do “David Gorodovits”? Quais as referências bibliográficas para o texto?
    Grato.

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