O judaísmo é baseado em um conjunto de crenças que se tornou propriedade de toda a humanidade, não só dos judeus. Sobre estas crenças baseia-se a maior parte da estrutura das religiões ocidentais hoje conhecidas. Cada uma destas religiões introduziu diferenças fundamentais sobre as quais se baseia seu caráter distinto e da qual obtém a maior parte de sua energia. Em termos gerais, o que determinará se alguém será considerado ou não membro de uma certa fé é o fato desta pessoa acreditar ou não em um dos seus axiomas. As crenças associadas com a religião são geralmente consideradas dogmas – princípios doutrinários, cuja negação constitui heresia.
O judaísmo não dá tanta importância quanto as outras fés às “crenças corretas” e, diferentemente do cristianismo, não tem dogmas neste sentido. Sua ênfase sempre esteve e sempre estará na prática. O que torna alguém um judeu fiel não é aquilo em que ela crê, mas o que ela faz.
Isto não quer dizer que o judaísmo não tenha princípios fundamentais, axiomáticos e essenciais para se ter uma fé perfeita. Estes princípios existem, e este capítulo os apresenta. Naturalmente, em um livro dedicado mais a esclarecer o protocolo de conversão do que ao conteúdo do judaísmo, o espaço é limitado e, por isto, nos concentraremos apenas nos princípios que os rabinos do Talmud e dos Códigos da Lei Judaica consideram mais importantes para que sejam compreendidos pelo convertido.
A seguir, apresentamos uma lista destes artigos de fé, formulados por Moisés Maimônides (1135-1204) e que faz parte de seu Comentário à Mishná.
OS TREZE ARTIGOS DA FÉ
1. A crença na existência de Deus.
2. A crença na unicidade de Deus.
3. A crença na incorporalidade de Deus.
4. A crença na eternidade de Deus.
5. A crença em que somente Deus deve ser adorado.
6. A crença na profecia.
7. A crença em Moisés como o maior dos profetas.
8. A crença em que a Torá foi dada por Deus a Moisés.
9. A crença em que a Torá é imutável.
10. A crença em que Deus conhece os pensamentos e os atos do ser humano.
11. A crença em que Deus recompensa e castiga.
12. A crença na vinda do Messias.
13. A crença na ressurreição dos mortos.
Ao fim desta lista, Maimônides comenta:
“Quando todos estes princípios tiverem sido seguramente adquiridos e a convicção dos mesmos bem estabelecida em um homem, ele entra para ‘o corpo geral de Israel’ e nós temos o dever de amá-lo, cuidar dele e fazer por ele tudo que Deus nos ordenou fazer uns pelos outros em termos de afeição e simpatia fraternal. E isto, ainda que ele seja culpado de todas as transgressões possíveis, quer por causa do poder do desejo ou das paixões naturais instintivas. Ele será castigado segundo a medida de sua perversidade, mas terá um quinhão no mundo vindouro, mesmo que seja um dos transgressores de Israel. Quando, porém, um homem se afasta de qualquer um destes princípios fundamentais, então se diz que ele ‘saiu do corpo geral de Israel’ e que nega a verdadeira raiz do judaísmo…”
A principal crença que o judaísmo tem é, naturalmente, em Deus. Mas o mais importante não é tanto a existência de Deus e, sim, o que Ele faz, o que Ele espera do ser humano, como Ele responde aos atos humanos.
A CONCEPÇÃO JUDAICA DE DEUS
Antes de considerar as obrigações da prática judaica, o não judeu deve “começar pelo princípio”, o que significa lidar com o conceito judaico de Deus.
No mundo judaico, esta provavelmente não seria a primeira coisa a ponderar. Os judeus têm seguido amplamente a Bíblia a este respeito. Diante do Monte Sinai e das tábuas da lei que estavam lhe sendo apresentadas, o povo respondeu: “Faremos e ouviremos” e, assim, pôs a ação na frente da compreensão. Embora isto pareça violar o bom senso, uma crença fundamental do judaísmo é que, como a Torá é dada por Deus, Torá Min HaSahamáyim, Deus é Quem ordena a ação, portanto deve-se concretizá-la primeiro e compreendê-la depois. A tradição judaica repetidamente elogia esta resposta religiosa instintiva, e registra que Deus apreciou muito esta antiga declaração de prioridades e recompensou os judeus por isto, de muitas maneiras.
Embora isto possa parecer estranho para os não judeus, a existência de Deus no pensamento bíblico é algo considerado como um fato consumado e, portanto, crer Nele não é um mero item de uma agenda religiosa – é o pressuposto fundamental que jaz sob todos os demais pressupostos. Mesmo hoje em dia, poucos são os sermões a respeito de Deus, e há menos artigos ou livros escritos pelos judeus sobre Deus do que sobre virtualmente qualquer outro tema religioso. A primeira pergunta que os judeus fariam seria: “O que a existência de Deus significa para mim?” ou “Ele está relacionado comigo agora?” ou “O que esta crença exige de mim na minha vida diária?”.
O motivo pelo qual muitos judeus mantêm sua crença em Deus como uma premissa da qual não se fala e nem sequer se fazem hipóteses, sem ficar continuamente angustiado pelos muitos dilemas científicos e filosóficos que esta premissa apresenta, é que Deus é uma espécie de “posse” judaica, uma espécie de herança de família. Ele tem sido o mais proeminente recurso da paisagem emocional, espiritual e intelectual desde o começo do próprio regime e em todos os climas escolásticos. O povo judeu apresentou a ideia de Deus ao mundo civilizado. Os judeus são frequentemente descritos como o povo viciado em Deus. O grito mais comum que um judeu dava ao encarar um problema pessoal era Mamênu, mãe! Depois Tatênu, pai! E – se tudo o mais falhasse – Gotênu, Deus!
Era, portanto, mais “natural” que os judeus acreditassem em Deus. Na verdade, ficava muito mais difícil de alegar, como se faz atualmente, que o complexo universo é uma combinação fortuita de átomos e moléculas. Se um “big bang” sem autor, sem planejamento, imprevisto, pudesse mesmo ter criado o colosso deste universo físico, seria razoável acreditar que esta ocorrência ao acaso também criasse a mente humana, a arte, a música, a ciência, o autossacrificio humano?
E mais, na visão de mundo ateia, a vida poderia ter um significado transcendental? E, se não o tiver, a vida como a conhecemos poderia ser vivida se fosse, em última análise, desprovida de sentido? E, se o ser humano não pode viver sem que tenha, em última análise, um significado transcendental, é razoável crer que o universo foi criado sem um propósito significativo? E a ética e a moralidade podem ser justificadas somente em termos terrenos, sem uma âncora situada além da humanidade?
Naturalmente, sempre surgem problemas intelectuais quando uma proposição não pode ser provada conclusivamente por meio de alguma fórmula matemática ou prova científica irrefutável. Aqueles que não creem em Deus terão respostas prontas para as preocupações recém-enumeradas. Mas os problemas mais angustiantes não surgem de nenhum ruminar teórico e, sim, de crises existenciais. Quando alguém se defronta com o sofrimento inesperado, e aparentemente injusto, e questiona a Justiça Divina, que o judaísmo ensina ser boa e perfeita, o judaísmo precisa responder a tal angústia.
A história da literatura judaica mostra uma preocupação apenas periférica com os problemas intelectuais ligados à existência de Deus – mas desde Jó, os leigos e também os eruditos e estudantes foram angustiados pelas crises existenciais relacionadas ao sofrimento. O povo de Deus aparentemente se satisfazia com a proposição evidente por si mesma de que mundo seria impensável sem Ele, apesar de que Sua obras frequentemente escapam à nossa compreensão.
Os fundamentos teológicos e filosóficos do conceito judaico de Deus devem ser estudados em textos específicos. O que vem a seguir é a ideia de Deus sob o ponto de vista de uma apreciação popularizada e baseada no senso comum do papel de Deus no ideário judaico. Estes capítulos destinam-se somente a estabelecer o arcabouço do conhecimento judaico.
Devido ao fato de este livro ser dirigido ao candidato à conversão que tem uma orientação não judaica, ele considerará o conceito de Deus como o primeiro de todos os temas a serem abordados. O que se segue, portanto, é uma visão geral destes axiomas, necessariamente muito breve e abordando somente os temas principais.
Deus é Um
O monoteísmo, autêntico e inflexível, é uma proposição profundamente enraizada e evidente por si mesma para os judeus. De fato, a pureza do monoteísmo judaico é um dos selos de autenticidade da fé. Através da história, os judeus resistiram, muitas vezes com suas próprias vidas, à diluição, diminuição ou modificação desta ideia sublime. Embora o cristianismo seja considerado uma fé monoteísta, aos olhos dos judeus ela não adere ao monoteísmo puro e não diluído do judaísmo. Abraham Carmel, o ex-padre católico que se converteu ao judaísmo na década de 1950, observou que pode levar séculos até que os cristãos desaprendam a ideia da trindade e apreciem o monoteísmo judaico.
O convertido deve aprender e entender o conceito do Deus único judaico, e particularmente a sua diferença em relação a outros conceitos religiosos de Deus. Segundo a experiência de muitos rabinos, a ideia de que Jesus não é o filho de Deus e nem o Messias ou um profeta é o ensinamento judaico mais difícil de transmitir eficazmente aos convertidos, especialmente àqueles que tiveram educação cristã. Esta ideia se desvanece lentamente do coração, e muito tempo e esforço precisam ser gastos para colocá-la na perspectiva adequada. Ela não pode ser deixada para mais tarde na esperança de que seja uma área problemática que acabará sendo dissolvida na experiência da vida judaica.
Deus é o Criador
Nos ensinamentos judaicos, Deus não é uma abstração que reside confortavelmente acima das nuvens, mas um Deus vibrante, sempre envolvido, cuja energia criativa está constantemente em ação no Universo, com o Criador, Juiz e Redentor. “No princípio, Deus criou os céus e a Terra” (Gênesis 1:1). Com palavras de beleza incomparável e grandeza intemporal, a Torá proclama que o universo não é obra do acaso, de um arranjo casual de átomos, mas a obra intencional do Criador. Esta ideia, que iniciou-se com a Bíblia, atravessa a densa névoa da mitologia antiga como um raio de luz solar. Quando Deus Se revela, Ele Se revela como o Criador. “Eu sou Deus, Eu faço todas as coisas” (Isaías 44:24).
Deus é o Juiz
Além de ser o Criador, o judaísmo proclama que Ele é o Juiz do mundo que criou, exigindo que os seres humanos mantenham as leis da moralidade com a mesma tenacidade com que eles precisam, querendo ou não, manter as Suas leis da natureza. O ser humano não começou a entender que Deus é o Criador senão a partir do momento em que Abrahão, o primeiro patriarca do povo judeu, ensinou ao mundo o conceito de Deus e confrontou as pessoas com a ideia de Deus como o Juiz do universo: “Aquele que é Juiz de toda a Terra não fará justiça?” (Gênesis 18:25). Este versículo da Torá já presume a convicção indomável de que “o mundo não está sem dono”, sem ninguém que se preocupe ou se importe com o que acontece nele. Não há evento nem momento na história humana que Deus não o presencie como Juiz.
Deus como Redentor da Humanidade
Deus não é somente o Criador do Universo, que julga conforme Suas leis; Ele também intervém na história quando algo preciosa ser redimido. Assim, Deu, com a “mão estendida”, redime Seu povo do Egito, sem esforço algum por parte do povo e contra todas as mais inconcebíveis probabilidades humanas. Deus, ao julgar as nações, não pretende ser vingativo, mas redentor – salvar a humanidade dos perigos para sua felicidade e aperfeiçoamento finais.
Ele é um Deus Pessoal
Apesar da insistência do judaísmo na pura espiritualidade de Deus, Ele tem sido uma realidade viva e vital para os judeus através dos tempos. O judeu concebe como um Deus pessoal, mas nunca como uma pessoa.
Não devemos deixar escapar uma importante e sutil distinção: a crença em um Deus pessoal é baseada na convicção de que o Senhor do Universo, embora inimaginavelmente superior ao ser humano – seu Criador e Juiz – está próximo e é acessível a ele. Ele é descrito em um versículo como o “Senhor dos Exércitos, o mundo está repleto de Sua glória”, implicando em que Deus é o Senhor dos Exércitos do Céu, mas Sua glória se manifesta na argila da terra. Esta crença dispensa qualquer necessidade de transformá-Lo em uma pessoa, como fez o cristianismo, para poder se comunicar com Ele. Os rabinos dizem que, apesar de que Deus “está elevado acima do Seu mundo, ainda assim, quando o homem entra na Casa de Orações, fica diante de uma coluna e começa a orar, em um sussurro, O Santíssimo, bendito seja, ouvirá sua oração… pois Deus está perto de Suas criaturas como a boca está perto da orelha”. Quando Deus Se apresenta nos Dez Mandamentos, como “teu Deus”, isto é para ensinar-nos que “Ele é o Deus de cada ser: homem, mulher e criança”.
Portanto, a História tem Significado
Devido a que Deus continuamente cria, julga e redime as pessoas, e por ser Ele um Deus pessoal, o que as pessoas fazem em suas vidas têm significado – para elas próprias e para Deus, que reage para recompensar ou castigar, redimir ou abandoná-las. As pessoas não são apenas lançadas aleatoriamente ao vento; os acontecimentos não são produto do caos ou da interação de forças cegas. A história tem sentido; ela é importante. A vida é uma interação dinâmica e constante entre Deus e o ser humano, um drama que se desenrola através dos atos e do julgamento de Deus.
Uma implicação óbvia da ideia de propósito Divino é que as crenças fatalistas são incompatíveis com a crença em Deus. Já que Deus tem o controle da vida, não há acontecimentos ao acaso de um processo sem controle sobre o destino do ser humano. Um jogo de dados, gato preto, acontecimentos com determinadas configurações ou um conjunto de mortes correlacionadas, não fazem nada acontecer e não constituem previsão de nenhum decreto Divino.
O Ser Humano Importa
O judaísmo, desde seu início, declarou que o ser humano é um Shuttaf (sócio), um companheiro de trabalho de Deus no empreendimento da criação, dotado da capacidade de controlar, moldar e dirigir as coisas em sua própria vida.
A contribuição judaica é melhor demonstrada pela analogia com um show de marionetes. Os pagãos encaravam a vida com fatalismo – o ser humano está preso por cordas, um boneco controlado de cima pelo seu dono, através de cordas. A revolução bíblica declarou que o ser humano tinha livre-arbítrio e, assim, cortou as cordas – ou seja, existem, realmente, forças que vêm de cima, exercidas por Deus, mas o ser humano é capaz, em muitos casos, de ser o arquiteto de seu próprio destino. A Kabalá, o misticismo judaico, depois introduziu uma compreensão ainda mais radical da natureza da relação entre Deus e o ser humano. As cordas permanecem, mas a marionete é quem as puxa! Segundo este ponto de vista, o ser humano tem, de fato, o poder de mudar a realidade cósmica
Os sábios ensinam que os indivíduos devem imaginar o destino do mundo como se o mesmo estivesse numa balança, de modo que os atos de uma pessoa façam a diferença entre a realização e o fracasso em escala global. Mais do que isto, Deus está sempre procurando o ser humano para que cumpra as tarefas que Ele lhe atribuiu como sócio: completar o mundo, consertá-lo, utilizar seu livre-arbítrio para tornar o mundo um lugar melhor. Somente o ser humano é portador do testemunho de Deus, como afirma Isaías: só Deus é verdadeiramente Deus.
Deus é Incognoscível, mas…
Deus é único – não há absolutamente nada que se compare a Ele – e, portanto, está fora da experiência dos seres humanos. Sua essência não pode ser definida, porque qualquer definição iria “limitá-Lo” porque usaria termos explicitamente dentro da experiência humana. Os pensadores judeus ensinam que só podemos ter uma vaga noção da essência Divina através do que, em termos humanos, sabemos que Ele definitivamente não é. Estes são denominados os atributos negativos. A partir deles, aprendemos a deduzir a natureza de Deus. Ele é um, único em toda a existência, o Deus único, perante Quem não há outro; Ele é incorpóreo e Eterno; Ele é Todo-Poderoso e Todo-Sapiente.
Estes conceitos filosóficos sobre Deus destinam-se não a adquirir maior sabedoria, mas modificar os costumes. Eles afetam o modo como as pessoas veem suas próprias vidas e as ensinam o que é razoável esperar ou não de Deus, e como agir de acordo com Seus desejos como Criador, Juiz e Redentor.
Assim, Sua eternidade é uma garantia de Seu propósito que, por mais que se demore, acabará prevalecendo no final; Sua onipotência é uma garantia do triunfo final de Seu eterno propósito; Sua onisciência é uma garantia de que nenhum pensamento, palavra ou ato, pode escapar de Seu julgamento, nem desviar-se da realização final de Seu propósito; Sua incorporalidade é absoluta, senão isto comprometeria Sua liberdade de fazer alterações físicas no universo quando necessário.
A unicidade de Deus é positivamente “simples” e exclui conceitos como a ideia cristã de trindade. Ele torna desnecessário e exclui, absoluta e inequivocamente, a possibilidade de qualquer intermediário entre Deus e o homem, pois isto comprometeria Sua unicidade. A voz de Deus ressoa com tanta força no judaísmo porque não é filtrada por outro ser. Qualquer pessoa pode dirigir apelos em prol de suas necessidades diretamente ao Criador.
Rastreando os Atos de Deus
Embora Deus seja essencialmente incognoscível, exceto mediante as deduções que tiramos a partir de Seus atributos negativos, a pessoa pode detectar como Ele é através dos atos que Lhe atribuímos. É algo análogo ao que faríamos para localizar uma pessoa através de suas pegadas na areia, de onde deduzimos a direção, peso e tamanho aproximado da pessoa, e podemos então ir atrás dela e tentar encontrá-la.
Estes atos de Deus foram comunicados em uma “aparição” especial de Deus a Moisés, na qual Deus Se revela como “misericordioso e piedoso, tardio em irar-se, abundante em benignidade e verdade, que guarda benignidade para duas mil gerações, que perdoa a iniquidade, a rebelião e o pecado, e não livra o culpado que não faz penitência”. (Êxodo 34:7).
Estes atributos não descrevem a essência de Deus, mas como Ele se relaciona com o ser humano. O Talmud os apresenta como normas de conduta para o homem: “Assim como Ele é misericordioso, sê tu misericordioso; assim como Ele tem compaixão, tem tu compaixão; assim como Ele é misericordioso, sê tu misericordioso; assim como Ele é benevolente, sê tu benevolente”. (Shabat 133b).
Somos capazes de conhecer Deus porque Deus intervém na história, no funcionamento do universo, e podemos rastrear Suas pegadas, por assim dizer, nas areias da terra. Um dos efeitos disto é fazer os seres humanos “andar nos Seus caminhos”. O envolvimento de Deus na história mundial serve par recompensar o bem e punir o mal.
RECOMPENSA E CASTIGO
A crença na Retribuição Divina – recompensa e castigo – é uma crença fundamental do judaísmo. Os rabinos do Talmud incorporaram este princípio aos estudos exigidos dos convertidos de modo que estes novos judeus pudessem entender as consequências de seus atos em seu compromisso de cumprir as Mitsvót.
Uma antiga referência à punição é encontrada no Talmud:
“Porque tudo é Seu e tudo está calculado. Que teus impulsos não te levem a crer que o túmulo possa ser um refúgio para ti; pois mau grado teu, nasceste; mau grado teu, vives; mau grado teu, morrerás; e mau grado teu, certamente prestarás contas diante do rei dos reis, o Santíssimo, bendito seja”.
Uma descrição de recompensa espiritual vem de Maimônides no século treze:
“Saiba que, assim como o cego não tem noção das cores, e o surdo não compreende os sons… também o corpo não pode compreender os deleites da alma. Assim como os peixes não conhecem o fogo porque sempre vivem em seu elemento oposto, assim também as delícias do mundo do espírito são desconhecidas neste mundo da carne. De fato, não temos prazer algum exceto naquilo que é corpóreo e que os sentidos podem compreender, como comer, beber… Tudo aquilo que estiver fora disto é como se não existisse; não podemos discerni-lo nem entendê-lo de imediato, mas somente após penetrar profundamente. E este deve ser mesmo necessariamente o caso, pois vivemos num mundo material, e o único prazer que podemos compreender é o material. Mas as delícias do espírito são eternas e ininterruptas e não pode haver qualquer semelhança entre as delícias espirituais e as materiais.”
Divindade pelo amor à Divindade
Está claro que o maior valor religioso é fazer a vontade de Deus “pelo amor ao Céu”, sem precisar de recompensa nem punição. “A recompensa da Mitsvá é a própria Mitsvá” (Ética dos Pais 4:2). Não obstante, através da Torá, Deus instila uma disciplina transcendente tanto de admoestação quanto de indução na natureza das coisas como boa saúde, muitos filhos, colheita abundante e paz duradoura, e também castigos como doença, guerra, pobreza e escravidão.
É claro que os seres humanos não são capazes de visualizar o cálculo incrivelmente complexo do sistema Divino como um esquema ordeiro de retribuições, senão não haveria necessidade de crer em retribuição. Seria tolo ser perverso sabendo que você vai pagar por tudo de uma só vez e, se fosse possível calcular matematicamente e por adiantado o tamanho da recompensa ou da punição, a vida seria simplesmente um livro contábil da moral do indivíduo.
Problemas da Crença na Retribuição
Surgem problemas porque a resposta de Deus às necessidades humanas nem sempre ocorre imediatamente ou numa relação de um para um. Porque nós não somos Deus, não entendemos Seu método de retribuição ou Sua determinação de proporcionar justiça. Esta preocupação é exacerbada pelo fato óbvio de que há pessoas justas que sofrem enquanto pessoas patentemente imorais parecem prosperar. Também, em uma base teórica, as pessoas não podem entender sequer a existência do mau criado por um Deus onisciente e bom. Além disto, alguns argumentam que uma religião não deveria precisar se basear em um sistema Divino de pagamento pelo comportamento.
O judaísmo defende o argumento de que há, de fato, uma exigência moral de fazer o bem e abster-se do mal como um mérito por si próprio. Contudo, permanece uma forte necessidade de recompensar as boas ações e punir as más. Mas as pessoas não podem aplicar este padrão automaticamente – nenhuma pessoa tem o direito moral de deduzir que aqueles que sofrem devem ter feito algo mau e aqueles que prosperam agiram corretamente. Não é possível justificar cada desastre e nem encontrar motivo para tudo que acontece de bom, como faziam os antigos profetas, porque estavam capacitados por Deus a fazê-lo.
Quando Acontecem Coisas Ruins a Pessoas Boas
Como, então, devemos entender o antigo paradoxo do justo que sofre e do perverso que prospera? Muitos tentaram responder esta pergunta, embora uma resposta conclusiva e satisfatória tenha se mantido sempre fora de alcance durante todos estes séculos. A resposta a esta aparente injustiça em termos de recompensa e castigo deve levar em consideração que a vida na terra é só parte do ciclo da existência humana. O “mundo vindouro” é mencionado na Torá de forma apenas cifrada, mas os sábios referem-se constantemente a esta época como a do “acerto de contas”, um “balanço financeiro”. As profundas questões da Teodiceia – a justiça do sistema de recompensa e castigo – exigem a fé na existência de tal mundo. Se não houvesse o mundo vindouro, o bem e o mal não teriam significado e isto removeria o significado transcendental dos nossos dias no mundo atual. O judaísmo defende que somente nossa forma física de vida termina quando morremos; a alma continua existindo.
Existe uma outra percepção deste aparente desequilíbrio da recompensa e castigo. É que alguns sofrem por causa do mal perpetrado por outros. Embora, à primeira vista, isto pareça ser uma postura imoral, ela torna-se razoável porque os seres humanos estão interligados de maneira inegável. Os rabinos disseram que “Todos os judeus são guardiões uns dos outros”. O corolário é: “Todos os judeus são responsáveis uns pelos outros.” Isto torna o indivíduo responsável pelo bem-estar de toda a comunidade. De fato, as bênçãos e as maldições bíblicas dirigem-se a toda a comunidade e não ao indivíduo. Muita chuva ou seca, boas ou más safras, a posse da terra ou o exílio, vitória ou derrota, a Presença Divina, a Shechiná ou a destruição do Templo, são todas as coisas prometidas à comunidade, não ao indivíduo. Mesmo aqueles preceitos para os quais a Bíblia descreve expressamente a recompensa, tal como o prolongamento dos dias de vida para quem honra pai e mãe, a recompensa está ligada ao destino do povo como um todo. A exigência feita ao ser humano é que, embora ele não saiba se um ato receberá recompensa imediata, cada pessoa deve empenhar-se por aperfeiçoar a situação dos outros.
Embora a ideia de culpa e responsabilidade coletiva possa ser difícil de aceitar para algumas pessoas, podemos compreender melhor esta ideia hoje em dia, quando a interconexão tem uma nova urgência e significado e as comunicações e viagens aéreas reduziram o mundo a uma aldeia global – a Praça Tienanmen na China foi ligada por fax a todas as principais cidades do mundo instantaneamente. Todas as pessoas, hoje em dia, estão interligadas e são interdependentes econômica, política e também moralmente. O tipo de vida que escolhemos levar não é desprovido de repercussões em toda parte. Não é preciso estreiteza doutrinária nem dogmas inflexíveis para entender este aspecto da retribuição Divina. Não é necessário ser teólogo para compreender isto; consulte qualquer cientista social, advogado ou ambientalista e ele demonstrará isto para você.
DEVE HAVER UM MEIO MELHOR DE LIDAR COM ESTE PROBLEMA
Precisamos entender que as grandes e irrespondíveis perguntas da vida não são lógicas, mas existenciais e, portanto, estas questões podem ser respondidas por metáfora e analogia, mais do que pela razão. À luz das descobertas da biologia moderna, devemos perceber que é possível satisfazer nossas mentes com a percepção que obtemos a partir do lado direito do cérebro, que lida com metáforas, símbolos e padrões, e não do lado esquerdo, que se ocupa com a lógica, precisão e consistência.
Isto se aplica ao nosso problema da Teodiceia. Não conheço nenhuma resposta que satisfaça nossa necessidade de justificar Deus. Mas há uma metáfora, que, embora não responda logicamente, satisfaz a busca da mente por uma percepção.
Imagine um tapete pendurado em um museu, apontado para a parede, e seu avesso plenamente visível. É uma miscelânea de diversos fios, uma confusão de cores de todas as espessuras e comprimentos; fios de todo tipo se encaminham para qualquer direção; não há padrão e nem faz sentido. Os visitantes do museu estão horrorizados com este ataque às suas sensibilidades. O que tudo isto pode significar?
Agora diga-lhes que se olhássemos para o tapete do lado do avesso, encontraríamos a maior obra-prima do maior artista que já viveu. A desordem e a confusão estão planejadas com exatidão para produzir, em sua face, o que nunca veremos: coerência, significado, magnificência e glória.
É assim que precisamos encarar as injustiças que percebemos no mundo. Do lado de baixo do tapete vemos antinomias sem adornos do bem e do mal, e outros persistentes paradoxos da vida religiosa, em um desarranjo ilógico, que desafia nossos sentidos. Se pudesse enxergar sob o ângulo Divino, que o ser humano é incapaz de entender, tudo faria sentido.
Esta metáfora não responde à pergunta nem soluciona o paradoxo, mas nos dá uma visão interior de nossas limitações e da onisciência do Deus Todo-Poderoso.
DESVIOS DO CONCEITO JUDAICO DE DEUS
O convertido não deve ter somente o entendimento judaico de Deus, mas uma ideia clara das diferenças entre as teologias cristã e judaica e as posturas e costumes que provêm destas diferenças. Isto é de importância fundamental para quem está procurando converter-se do cristianismo ao judaísmo e, por isto, é insuficiente neste contexto ensinar somente o conceito judaico de Deus.
Jesus Não é Deus
Para as pessoas que vêm de um ambiente onde se assume sem discutir que Jesus ou é o próprio Deus ou, pelo menos, um profeta, é necessário afirmar que, no judaísmo, Jesus não é Deus nem faz parte da Divindade, não é profeta e, definitivamente, não é o Messias. Alguns potenciais convertidos acalentaram estas crenças muito antes de estarem conscientes da natureza destas ideias ou de suas implicações.
O cristianismo adotou formalmente a crença de que Jesus era Deus no Concílio de Niceia (325 e.c.) quando declarou que Jesus, “o Filho foi criado a partir da mesma essência (Homoiusia) que o Pai”, mas é algo distinto do Pai. Para evitar a conclusão óbvia de que este conceito não é monoteísta, o cristianismo respondeu com a ideia da trindade – de que as três partes de Deus eram, na realidade, uma só, e esta uma eram três.
O judaísmo declara que é categoricamente impossível compreender uma doutrina em que “três são um” e insiste em que somente Deus é Deus, e que Ele, além de ser um, também é único. O monoteísmo é estritamente isto: a crença em um único Deus.
E não é Seu profeta
Um profeta é um mensageiro de Deus e, nesta função, fala somente em nome de Deus, não de si mesmo. Os profetas sempre começavam suas mensagens dizendo: “Assim disse o Eterno.” Jesus ocasionalmente refere-se ao Pai que o enviou, mas com mais frequência ele fala em seu próprio nome. Às vezes, ele contrasta (e.g. Mateus 5:21 e seguintes) o que “vos foi ensinado” com “vos digo”, um contraste que a mente judaica considera muito problemático. A questão que surge na mente do leitor judaico do Novo Testamento é: “Quem é você?”. Em tudo no judaísmo, é Deus quem ensina o que é certo e o que é errado; os profetas são apenas mensageiros e porta-vozes. É verdade que os rabinos interpretam a Lei Escrita e Oral; eles têm a autoridade dada pela Torá para fazê-lo e, quando o fazem, reconhecem isto claramente, e eles nunca podem contradizer a Lei de Deus.
Dois famosos escritores judeus, Michael Wyschogrod e David Berger, nos dão respostas sucintas mas claras:
“Jesus se apoia sobre seus próprios ensinamentos, que ele não atribui a Deus, e sim a si mesmo. Embora isto, por si só, não signifique que o Novo Testamento considerava Jesus como Deus, significa, porém, que o Novo Testamento atribui um status muito especial a Jesus, que vai muito além daquele dos profetas da Bíblia Hebraica. Do ponto de vista judaico, esta crença é idólatra. Conforme a lei judaica, só há três transgressões consideradas tão graves que é preferível a morte a cometer uma delas. E a idolatria é uma destas três transgressões. É importante que o judeu saiba que, se ele acreditar que Jesus é Deus no sentido do Credo de Niceia, estará cometendo idolatria segundo a lei judaica.”
Jesus Não é o Messias
A palavra grega Christos significa Messias, e usar qualquer um dos dois termos para Jesus é uma confirmação da fé cristã e um anátema a tudo que é sagrado no judaísmo.
Jesus foi o Messias? Como saber? Parece uma pergunta difícil de responder, mas para o judeu que tem fé, a resposta está disponível e a resolução à vista de todos: Jesus fez o que o judaísmo esperava que o Messias fizesse?
O Messias, na tradição judaica, é um rei que descende da Casa de David, e é mencionado como Mélech HaMashíach, o Rei Messias (Messias significa ungido) – um líder dos ungidos que irá presidir um mundo ideal, uma era messiânica. A era messiânica já chegou? Só com base nesta pergunta é que podemos determinar se ele já chegou ou ainda é esperado.
O erudito cristão George Foote Moore descreve esta era sucintamente: “A recuperação da independência e poder, uma era de paz e prosperidade, de fidelidade a Deus e à Sua lei, de justiça e amor fraternal entre os seres humanos, e retidão e piedade pessoais.”
Jesus preencheu estas grandes expectativas? O sofrimento já cessou? Os campos da morte já foram erradicados? Os ódios étnicos já se tornaram amor fraternal? O Messias deveria trazer paz ao mundo, fazer o lobo viver pacificamente com o cordeiro e “não aprenderem mais a arte da guerra”. Dezenove séculos após a suposta vinda do Messias, as pessoas aprenderam a viver em paz? E o que aconteceu com o próprio Messias? Não é preciso muita filosofia para perceber este paradoxo; houve cristãos em todos os séculos para lidar com ele. Como eles o decifraram?
Primeiramente, Jesus teria ressuscitado….
Segundo, a Bíblia foi examinada com o propósito de encontrar o que ninguém viu antes – provas de que o Messias seria morto sem trazer paz ao mundo nem redenção a Israel… Terceiro, havia a expectativa da segunda chegada, quando Jesus executaria a tarefa que se espera do Messias… E, finalmente, tem de haver uma explicação para a primeira chegada e seu fim desastroso: a meta do Messias, pelo menos na sua primeira vinda, não seria a redenção de Israel (que claramente não ocorreu), mas o perdão pelo pecado original, que foi encarado como uma espécie de redenção interior.
Não interprete erroneamente este argumento como uma descrição dos discípulos de Jesus, como manipuladores cínicos de crenças religiosas. Estas são crenças que resultaram de poderosas pressões psicológicas e históricas, e com certeza foram sinceras. Mas um entendimento do processo que formou esta crença deveria despertar algum ceticismo, não sobre a sinceridade de seus seguidores, mas sobre sua veracidade.
O povo judeu recusou-se a seguir o caminho mais fácil. Se a descrição bíblica do Messias não foi realizada, a única conclusão possível é que ele ainda não veio. Para os judeus que foram frequentemente sujeitos à zombaria e desrespeito quando lhes indagavam onde estava seu Messias, esta conclusão era dolorosa, às vezes insuportavelmente dolorosa. Mas ao encarar os fatos com sinceridade, tornava – e ainda torna – a conclusão inevitável. Na adversidade e na alegria, os judeus fiéis à Torá e aos Profetas só podem repetir as palavras de seus antepassados: “Eu creio com fé completa na vinda do Messias, e apesar de ele tardar em vir, contudo esperá-lo-ei em cada dia.”
O TRATAMENTO PARA A DÚVIDA
Após este breve resumo dos princípios teológicos judaicos de Deus, recompensa e castigo, o Messias e a atitude judaica perante os dogmas cristãos, não seria de admirar que o convertido fechasse este capítulo com um resíduo de dúvida, talvez um vago sentimento de incômodo em relação a alguns dos conceitos. Afirmações doutrinárias frequentemente provocam mais dúvida do que fé. Mas a dúvida sincera daqueles que se aproximam da Torá é saudável e deve ser considerada como um desafio e uma oportunidade, e não como algo que provoca sentimentos de resignação ou autocrítica. Ela indica uma busca autêntica e, embora possa ser, às vezes, frustrante, é a inevitável dor do amadurecimento e do crescimento.
Não se pode dizer que os pensadores, santos ou eruditos judeus não tenham tido suas perguntas irrespondidas ou incertezas. O crescimento espiritual e intelectual não implica que cresçamos até que não tenhamos mais perguntas, mas que nossas perguntas sejam de ordem superior, de objetivos mais universais e percepções mais profundas. Grandes pessoas não são aquelas que concebem grandes respostas, mas aquelas que fazem grandes perguntas. A dúvida é um elemento no processo de crescimento espiritual. A fé não é um elemento no processo de crescimento espiritual. A fé não é, como alguns imaginam, um salto único para acabar com todos os saltos – e depois, pronto, o céu na Terra.
A partir das próprias dúvidas, além da dúvida intelectual, surgem alguns sentimentos: talvez tudo esteja construído sobre areia, talvez eu nunca consiga alcançar este ponto, talvez não seja importante. Estas são emoções que não podem ser discutidas, somente sofridas. São estados de espírito irracionais e deve-se deixar que aconteçam e passem, senão podem imobilizar nosso espírito e nossa mente.
Entretanto, o convertido nunca deverá hesitar em fazer perguntas sinceras; elas são o único caminho para o entendimento. Mas nem todas as perguntas podem ser respondidas e, certamente, nem todos os judeus sabem responder a elas. Algumas destas perguntas podem provir da ignorância, mas outras podem ser genuinamente fundamentais, que os judeus que foram educados na fé nunca fizeram porque assumiram que certas coisas são verdades eternas. Algumas perguntas podem ser inerentemente impossíveis de responder, como a questão do mal – um problema tão antigo quanto Moisés, Jó e Jeremias.
O Rabino Adin Steinsaltz observa que aqui há muito a ser aprendido a partir do método talmúdico:
“O estudo da Torá Oral é em grande parte composto pela formulação de perguntas, depois pela resposta das mesmas. Embora muitas sejam respondidas imediatamente, outras permanecem “sem solução”, “precisando de mais estudo” ou “precisando de muito mais estudo”. O problema é que não se pode ficar parado para sempre diante de uma questão complexa; é preciso prosseguir, deixando aquela resposta para mais tarde quando, como é comum, ela pode aparecer sob outra luz, mostrar-se solúvel em uma formulação diferente, ou parar de ser um problema… Se as pessoas têm perguntas, elas merecem ser levadas seriamente em consideração e, se possível, respondidas. Mas a busca pela resposta perfeita não deve ser levada até o extremo, e evitar este extremo requer clareza interior, impulso para ir adiante e maturidade espiritual.”
É claro que há dúvidas na mente de todo o mundo. Contudo, a experiência mostra que numerosos convertidos de outras religiões consideraram as doutrinas da fé judaica maravilhosamente razoáveis e facilmente aceitáveis. Ainda assim, é necessário um “salto”, e um compromisso com os axiomas da Torá é um pré-requisito para adotar o empreendimento da conversão.
Trecho extraído do livro Bem-Vindo ao Judaísmo – Retorno e Conversão – Nova edição!
Autor: Maurice Lamm
Editora Sêfer
Páginas: 430
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